Capoeira é Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade
- Raphael Gustavo Moreira e Graziele Gonçalves da
- 17 de nov. de 2017
- 3 min de leitura
A luta disfarçada de dança

Foto: Silvana Queiroz
A capoeira se iniciou no Brasil no século XVII, com a vinda dos africanos negros como escravos ao país. Para se defender de seus donos, diziam estar só dançando, quando na verdade estavam treinando. O nome foi inspirado nos campos abertos, sem vegetação, em que era praticada.
É uma manifestação cultural brasileira que foi reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, o que deve ajudar a preservar a não só no Brasil, mas também em outras partes do mundo.
Capoeira pode ser considerada uma luta com dança, música e brincadeiras que, quando se sabe usar, machuca e muito. As pessoas vêem a capoeira como uma dança e não acaba a levando a sério muitas das vezes.
De acordo com Reginaldo Reges Sampaio Antonio, conhecido pelo grupo cativeiro como professor Rejão Bedboy, “a capoeira é como rosa, é bonita de se ver, mas se não souber apanhá-la, se machucará com seus espinhos”, opina.
José de Almeida Filho, conhecido como Mestre Zequinha (que recebeu da Prefeitura de Piracicaba em 2014 o Prêmio Mérito Cultural na categoria Folclore e Tradições Populares), também fala sobre a origem da capoeira.
“A capoeira nasceu de uma dança, os golpes foram sendo incorporados nas medidas das necessidades dos negros de reconquistar suas liberdades. Ela é dança, é luta, engloba um pouco de tudo, eu já participei de vários espetáculos musicais, que ali eu sou um artista encenando uma luta, ao mesmo tempo a dança, cantando, e tocando vários instrumentos da capoeira”, afirma.
ENQUETE
O que as pessoas acham da capoeira?
Talita Bonato, de 26 anos, diz que nunca praticou capoeira, mais que é delicado como o balé, que ela pratica. Bruno Machado, de 19 anos, diz que já praticou, mas acabou parando por motivos pessoais. Porém diz gostar muito do esporte por misturar dança, luta, movimentos acrobáticos, entre outras coisas. Atílio de Andrade, de 88 anos, diz gostar, porém não chegou a praticar. Seu filho progrediu bastante e ele ia ver todo contente as apresentações.
O pastor Robson Leandro Binoto da Igreja Presbiteriana Astúrias diz, com muito conhecimento, que a capoeira "é uma expressão cultural brasileira que mistura arte marcial, esporte, cultura popular e música. Ou seja, muita coisa boa para corpo e mente, além de ser uma forma de relacionar-se com outras pessoas”.
Algumas pessoas ainda têm muito preconceito, como os amigos da Priscila Cenero, que não quiseram participar da gincana sugerida pelo professor da escola, dizendo que sua religião não permite. Ou até mesmo um dos entrevistados nessa enquete, que começou a ser grosso e sarcástico nas suas respostas.
OPINIÃO
As pessoas deviam parar de criticar e procurar saber um pouco mais sobre a cultura que a capoeira traz. Pois é muito mais que religião, muito mais que só pessoas jogando capoeira. É um esporte que te ajuda fisicamente, te preparando para se defender ou até mesmo uma simples brincadeira na roda com seus movimentos aéreos, quedas, rasteiras e floreios.
NOTA DOS EDITORES: A roda de capoeira foi declarada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) um Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade durante a 9ª Sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial, realizada em Paris, na França. A manifestação transcende os limites do Brasil. Segundo o site do Itamaraty, 71 países têm rodas de capoeira registradas.
Em Piracicaba, segundo dados da SemacTur (Secretaria Municipal da Ação Cultural e Turismo), foram identificados 24 grupos de capoeira, cada um deles liderados por Mestres, Professores ou Contramestres, com sedes distribuídas em diferentes regiões da cidade.
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